sexta-feira, maio 28, 2004

Obg Nês! fico contente de tu n morreres. :) se bem que tu ias ser uma assombração um buka trapalhona... já tou a ver... :o eheh. NUM LEMBRO-ME! O.o religião, adeus... deixas para trás eterna saudade...

Bom, mas eu só passei por cá porque me apeteceu partillhar convosco um poema que eu gosto muito. ^^ Cá fica. Boa noite!


É noite: Ouvem-se com mais força o canto das fontes que jorram.
E a minha alma é também uma fonte que canta.
É noite: despertam o canto dos apaixonados.
E a minha alma é também um canto de amor.

Ignoro a felicidade daquele que recebe
e quantas vezes eu sonhei que roubar ainda daria mais
felicidade do que receber.
A minha pobreza é que a minha mão nunca cessa de dar
O que invejo são olhos cheios de esperança
e as noites iluminadas de desejo!

Tomam o que lhes dou: mas terei eu chegado a tocar a sua alma?
há um abismo entre receber e dar:
e o abismo mais pequeno é o mais dificil de encher.

Da minha beleza nasce uma fome:
Desejaria fazer mal aqueles que ilumino,
despojar aqueles que receberam as minhas dadivas:

- Assim é a minha fome de fazer mal.

Retirar a mão, quando outra se estende já para ela.
Hesitante como a cascata que hesita ainda na sua queda:

- Assim é a minha fome de fazer mal.

A minha alegria de dar morreu no momento da dadiva,
A minha virtude cansou-se da sua propria abundancia.
Quem sempre dá corre o risco de perder o seu pudor,
Quem sempre distribui fica com as mãos e o coração calejados.

Muitos sois gravitam no vazio do espaço,
com a sua luz falam a tudo o que é escuro:
A mim nada me dizem!

Este é o odio da luz por tudo o que brilha.


Nietzsche - O noturno

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