Em que medida vocês acham que estamos a mudar? Há quem afirme que não estamos a mudar, temos tido é menos tempo. Mas eu acho que sim, que estamos a mudar, todos nós.
Há poucos minutos atrás, estavamos a almoçar cá em casa quando a minha mãe dizia: "De hoje a um mês a Inês faz 23 anos..." De pensar que há 10 anos atrás vivia a pior de todas as fases da minha vida, alguns de vocês conheço ainda há mais tempo.
A minha vida sem dúvida sofreu a maior das suas mudanças há já algum tempo e ontem à noite, em conversa dei comigo a pensar em como a minha (em alguns pontos) "prematura" vida, se veio a revelar de tal forma estável neste ponto. Namorei muito, bebi muito, ri muito e chorei também. Vejo a inconsciencia que me definia outrora encarnada em pessoas da nossa idade e transtorna-me. Transtorna-me conjulgar alcoól+condução. Transtorna-me sentir que nos podemos tornar tão irracionais e ignorantes ao sentar no banco do condutor com uns bons copos a mais.
Há dois anos atrás, faltavam poucos dias para que o meu namorado de há mais de 3 anos terminasse a relação que mantinha comigo. Foram 2 meses complicados, atribulados. No final tudo pareceu renascer, de uma forma como nunca tinha assistido. Mas foi preciso muito empenho, muito amor, muita insistência e persistência, muitas lágrimas na almofada. Aprendi muita coisa comigo mesma, na solidão dos meus dias e das minhas noites e entendi que bem lá no fundo tinha estragado tudo. Entendi que numa relação tem de existir um dar e receber constante e que nada é eterno, se ficarmos a um canto das nossas relações, das nossas vivencias a assistir ao que se passa, sem que nada façamos, sem que exista dedicação e empenho. De repente senti que aquela vontade de viver que me caracterizava tinha deixado de existir, que me tinha acomodado ao meu dia-a-dia e que faltava paixão... É triste sentir isto e muito muito difícil atingir este estado em que se vê as coisas tão claramente, em que deixamos de culpar os outros de tudo aquilo que nos acontece e entendemos que a culpa também foi nossa.
À minha volta vou assistindo a relações que se foram desgastando, perdendo. Hoje sinto-me muito satisfeita por aqueles dois meses que passei sem namorado e sem tudo aquilo que um namorado representa... Sinto que vi a tempestade e a bonança e que os frutos estão à vista. Sinto que aconteceu na altura certa e que desta forma não se perdeu nada, apenas se ganhou. Por vezes as pessoas agarram-se de tal forma à vida que levam que deixam de amar a outra pessoa mas passam essencialmente a manter um compromisso com a outra familia e com tudo o resto. Por vezes as pessoas vão insistindo e forçando uma situação que por vezes já se desgatou de tal forma que já nada existe entre elas. E é nesta medida em que penso que foi a melhor altura para o que me aconteceu e que para alguns casais pode já ser tarde demais.
Adormeci a pensar nisso e acordei a pensar nisso igualmente, com uma sensação de angústia em relação a todas as relações que vou vendo perder-se hoje em dia, na esperança que consigam todos dar a volta por cima...
Tenho muito que trabalhar, fiquem bem.
4 comentários:
wise words...
tal como diz o mario concordo e subescrevo: wise words
Enquanto umas acabam e outras se mantêm, há as que florescem :D
Enquanto umas acabam e outras se mantêm, há as que florescem :D
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