terça-feira, janeiro 10, 2006

A MORTE


O Dia da Morte; pintura de
William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)

Ontem estava a folhear a revista de domingo do Público e prendi-me a ler uma crónica que dizia entre outras coisas:

"O Natal é terrivel para os que como eu tendem para o pessimismo. Se ao longo do ano ninguém me maça quando apareço com um semblante carregado, entre 24 de Dezembro e 2 de Janeiro tal é visto como um ultraje à tribo. Sob a doce estrela do Presépio, os irmãos têm supostamente de se reconciliar, os esposos de fazer as pazes e as guerras civis de parar. Nada me parece mais contrário à natureza humana. Não só devido ao desprezo, embirração e ódio que cada um nutre pelo semelhante como, e mais importante, por estarmos todos condenados ao mesmo fim, a morte.
(...)
A maior parte da Humanidade pode iludir-se quanto ao seu destino, mas as pessoas lúcidas sabem que aquilo que as espera é a morte. Esta pode ser encarada de muitas maneiras. Quem crê num deus ou na reincarnação tem a vida facilitada. Para uma ateia, como é o meu caso, a morte é o muro para lá do qual nada existe. Isto não significa que tenha de abdicar dos prazeres da vida. Do que não gosto é de ser obrigada a ser feliz em dia e a horas marcadas."


Para mim é mesmo assim, a morte é o fim e depois disso não há mais nada. Quero ser cremada quando morrer.Para mim não faz qualquer sentido ser enterrada num sítio qualquer. E não acho que seja por isso que não se vão poder lembrar de mim...Já me disseram "as pessoas vão ao cemitério para estar mais proximas daqueles que morreram, pensar nelas e prestar-lhes homenagem." Quando a pessoa morre o corpo é só e apenas o corpo. Estou tão proxima dessa pessoa estando ao pé do corpo no cemitério como estando ao pé de uma fotografia ou de outra coisa qualquer!Aliás no cemitério nem sequer vejo o corpo.E posso prestar-lhe homenagem indo por exemplo a um sitio onde ela gostasse de estar (e não seria certamente um cemitério!). Por outro lado, um dos meus maiores medos está relacionado com a morte: não da minha, até pq não penso muito nisso para já, mas a morte de alguém que me esteja próximo e de quem goste. Já senti a perda dos meus avós e consigo viver com isso, o sentimento de dor vai-se transformando em saudades, com o passar do tempo. Mas não deixa de ser difícil.

E vocês? Que ideia têm da morte? Que fim quererm dar ao vosso corpo?


Beijinhos

7 comentários:

Diogo disse...

Sendo católico, "deveria" acreditar numa vida após a morte, mas com o passar dos anos, essa fé vem-se esfumando e acabo por ter a mesma opinião da Bárbara.

Em relação à última parte sobre o fim que gostaríamos de ter, em primeiro lugar gostava de doar os órgãos (que sorte que terá, a pessoa que ficar com os meus órgãos :P) e depois podem-me fazer o que quiserem, desde que não sinta nada :) .

BarbWire disse...

Que católico és tu love/Diogo?...
Tb não me importo nada de doar os órgãos.

Baixorty disse...

Ok ba! k post mais estranho!

Sinceramente, s morrer nova gostava d doar os meus orgaos. A partir d uma certa idade a medicina ja n os ker. Cm espero sinceramente k tal n aconteça, e assusta-m mto pensar nisso, deixo ao criterio da minha familia s m ker cremar ou por num cemiterio...a mim tto m faz, s bem k cremar fica bem mais caro (o k na minha opiniao é uma estupidez).
A mim tb m assusta mais a morte dos outros isto pk nunca vi ninguem mto chegado a mim morrer, por ex os avos, tenho os 4! e a minha ida pos states nestes anos assusta-m um pouco nesse aspecto...caminham pos 80 ja! e a minha avo helena criou-me! dava-m uma coisa...sem duvida...principalmente s n pudesse ir ao funeral dela despedir-m.
prefiro n pensa mto nisso...s kdo s abateu o cao foi um filme...imagino um familiar kerido...enfim...
ja agora...k vida depois da morte? luz ao fundo do tunel...homem d manto branco... oh! tretas... morreste morreste e acabou...nem aí deus te safa!

jocas boas pessoal e cheer up!

BarbWire disse...

«Ao contrário do que se possa pensar, a cremação não sai mais cara que o tradicional enterro. Pode mesmo sair muito mais barata.

Questão económica

“Generalizou-se que um funeral com cremação fica muito mais caro que um enterro, mas isso não é bem assim. O que encarece o serviço, no caso de Coimbra, é a deslocação. Ao construir-se um forno crematório na Conchada esta despesa deixará de existir e as pessoas verão que assim é”, sublinha o empresário Carlos Clemente.
Existem três crematórios no país, um deles no Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa, outro no Cemitério do Prado do Repouso, no Porto, e o terceiro no Cemitério de Ferreira do Alentejo (distrito de Beja). »

http://www.campeaoprovincias.com/noticias.asp?id=3974

BarbWire disse...

O número de funerais por cremação duplicou no Porto entre 2003 e 2004, evoluindo de 263 para 507, disse hoje o maior grupo de agências de funerárias de Portugal.

Dados da funerária Servilusa - que afirma deter 30 por cento da quota de mercado neste tipo de serviço funerário - indicam que as 507 cremações realizadas no único forno crematório do Porto, ao cemitério municipal do Prado do Repouso, representam cerca de 20 por cento dos funerais naquela cidade.

Contudo, o presidente da Associação dos Agentes Funerários, João Barbosa, disse à Lusa que o número de cremações poderia ser "muito superior" se não existisse a ideia errada de que a opção é muito cara.

"Quando se desmistificar esta ideia, tenho a certeza de que muita gente vai optar pela cremação", afirmou João Barbosa à Lusa, esclarecendo que o preço é cerca de 50 por cento mais barato do que um enterro tradicional.

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1230917&idCanal=59

Inês disse...

Eu há anos que gostava de ser cremada, desde o momento em que quando era muito pequenininha morreu o carlos Paião e se falou que a mulher dele insistiu que o caixão teria de ser aberto novamente porque teve uma sensação estranha e deram com ele com as unhas cravadas na madeira.

Sinceramente não sei se foi bem assim que esta história se passou mas foi deste modo que a minha memória a registou. A partir desse dia que não consigo conceber nem que eu seja enterrada ou que qualquer outra pessoa que amo o seja.

De qualquer modo não concordo muito com a ideia de que um católico à partida acredita na vida após a morte ou no típico funeral.

Não é por eu ser católica que vou virgem para o casamento ou que casa apenas porque é uma tradição católica. Um dia gostavá de casar, mas não por crer num deus.

Os católicos ou ateus da nossa geração tiveram a mesma informação ao longo da vida e temos de acreditar que todos nós (com ou sem religião estabelecida), no fundo até pensamos de formas semelhantes.

Se calhar tou a fugir à questão, mas gostava apenas de referir que não é por acreditar num deus (que para mim representa uma força maior), que frequento a missa ou acredito nas tristes ideias de que os homossexuais não podem ser ordenados padres. Não sei se me faço entender mas o que para mim é religião é acreditar numa força maior e que toda ela é amor e que é esta que faz o mundo girar. Para mim é isto, não o que a Igreja (instituição) declama.

E acho isso natural, entendem? Afinal tivemos todos a mesma informação ao longo da vida e temos algum cepticismo geral a todos, crentes ou não... Espero ter-vos esclarecido! :P

vitor disse...

devo de admitir que não gosto muito de falr nisto, a morte não me assusta na primeira pessoa, mas quando se tratam de familiares meus ou de familiares de próximos aí a vida é complicada...eu pessoalmente custa-me muito pensar que um dia vou ficar sem os meus avós maternos porque gosto por demais deles, mas no entanto sei que um dia vou ficar sem eles....a vida é que nos encsina e a morte faz parte da vida, é um passo importante para o nosso desenvolvimento como seres sociais como homens e mulheres....faz parte de nos do nosso processo evolutivo...bem eu ca depois da morte espero que o meu corpo seja de bom uso para a ciência logo, o qu melhor acontecer será bom :)