Tudo o que li no post do João como devem imaginar já o sei. No entanto nunca é demais recordar. A privacidade já não é o que era, se é que ainda existe privacidade. É esse o motivo pelo qual me custou a aceitar de um modo sereno a informatização levada ao nível que a conhecemos hoje. Custa-me muito tar na praia sem saber se estou a ser fotografada, ou se esperam pelo momento em que tiro o bikini do rabo para conseguirem captar algo mais interessante.
Custa-me ainda mais sentir que não posso guardar nada que diga respeito a minha intimidade no meu pc, na verdade nem no pc nem em outro lado qualquer, porque pelo que consta, no caso da divulgação de videos caseiros de celebridades (e não só), existiram também casos de assaltos e outras situações deste género. Deste modo custa-me bastante sentir que as pessoas não vivem as suas aspirações mais íntimas porque sentem receio ou então as que as vivem ou vivem um pouco alheias ao que se passa aí fora ou vivem em stress, porque pensem bem, tudo pode acontecer nos dias que correm.
É stressante, para mim pelo menos. O pessoal que conhece a questão a fundo como é o caso do João consegue já ter uma concepção "inovadora" do que se passa. Quando escrevo seja o que for neste ou noutro blog ou quando coloco uma imagem no fotolog parto do princípio que passo para a dimensão do público, deixa de ser o o meu espaço, porque a internet é espaço de ninguém e de todos ao mesmo tempo. A questão é que quando tenho material privado no pc este passa de privado a público num ápice e é esta falta de ética que me deixa em stress.
Eu dou-me ao luxo de ser uma pessoa muito bem informada:), tudo porque tenho o João que me deu sempre a conhecer tudo e mais alguma coisa do que por aí se passa. Mas a verdade é que a maioria das pessoas não tem noção onde os limites de privado/público se encontram hoje. Na minha área encontra-se imenso pessoal alheio a estes factos, muitos porque não sabem, outros porque não querem saber.
Estive em Itália em Julho e ao conviver dia e noite com algumas colegas comecei a aperceber-me que começava a passar por obsecada:/, tudo porque a primeira coisa que fazia quando chegava ao quarto depois do banho era fechar as portadas. No entanto elas andavam lá despidas, com as portadas abertas e todos os dias eu dizia o mesmo e elas riam-se. Bem e é incrivel ao que isto chegou. Em Itália era pura e simplesmente enervante. Era no combóio, no café, no autocarro, lá estava um cromo, com o telemóvel virado para nós, a fingir que escrevia uma mensagem, quando na verdade nos fotografava. O mais incrivel é que em todas as fotos em que me possam ter tirado estava ou a dormir no combóio, toda remelenta, de camisola de fato de treino vestida ou com cara de fodida enquanto os insultava. Sim, os italianos para além de serem grandes azeiteiros têm uma noção peculiar do que é uma rapariga numa situação sexy. O grande problema é que para além de grandes cromos que são, são também muito grandes:(... Nunca conseguimos combater isso e podem imaginar como isso me enerva...
Bem tinha de comentar o post do João mas achei melhor postar, queria ajudar a valorizar a situação exposta por ele e dar o meu contributo para salientar o quanto a maioria anda enganada.
Fiquem bem!*
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